segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

PROSPERIDADE NO ANTIGO TESTAMENTO.


I – INTRODUÇÃO:





Os ensinos atuais sobre a prosperidade estão baseados, quase que exclusivamente, em passagens do A.T.. Isso nos leva à perigosa definição de que a prosperidade significa, apenas, o acúmulo de posse, bens ou de alguém que possui saúde perfeita. Desta forma, fica impossível termos uma radiografia correta da prosperidade bíblica, tomando-se por base apenas textos do A.T. e ignorando aquilo que o N.T. diz sobre esse assunto. Somente interpretando o A.T. à luz do Novo será possível termos um estudo equilibrado sobre a prosperidade bíblica.


II – RICOS E POBRES NO ANTIGO TESTAMENTO:





O contraste entre ricos e pobres no A.T. é de fácil percepção. Leiamos Rt 2.1-2 e analisemos:

(1) - Boaz, homem de Deus, era “senhor de muitos bens”;

(2) – Rute, mulher de Deus, ia atrás de Boaz para “apanhar espigas”.

(3) - De acordo com a Lei de Moisés, somente aos muito pobres era dado o direito de colher as espigas que caíam atrás dos segadores – Lv 19.9-10; 23.22; Dt 24.19.

Desta pequena análise, podemos considerar que: Ao contrário do ensino dos mestres da fé, que nos passam a ideia de que no A.T. o povo estava pisando em ouro, já havia um enorme contraste entre pobreza e riqueza.

Além do mais, as causas para a pobreza não podem ser vistas de forma tão simples assim. O historiador William L. Coleman (citado no livro “A Prosperidade à Luz da Bíblia” – CPAD – José Gonçalves), mostra que um estudo criterioso sobre a pobreza no mundo bíblico deve levar em conta alguns fatores determinantes. Diz aquele historiador:

- “Eram vários os principais fatores que contribuíam para a existência de um grande número de pobres em Israel. É claro que havia muitas variáveis. Mas, para entendermos bem o quadro geral, precisamos considerar alguns dos obstáculos com que eles se defrontavam:

(A) – IMPOSTOS – O sistema de impostos constituía um grande peso para muitas famílias, para os pequenos agricultores e negociantes.

(B) – DESEMPREGO – Como o preço dos escravos era muito baixo, os ricos chegavam a ter um servo simplesmente para conduzir o seu cavalo. Por isso, o homem livre tinha que aprender um ofício, se quisesse conseguir um bom salário.

(C) – A MORTE DO CHEFE DA FAMÍLIA – Essa perda quase sempre deixava a família na pobreza, principalmente se os filhos fossem pequenos – II Rs 4:1

(D) – SECA E FOME – Às vezes, a própria natureza destruía rapidamente toda a colheita de uma temporada, acabando com todo o sustento de uma família de uma hora para outra - Sl 32.4.

(E) – AGIOTAGEM – Pela lei, era proibido cobrar juros de empréstimos feitos a pobres – Ex 22.25. Mas, apesar dessa recomendação divina, muitos credores tinham atitudes impiedosas, cobrando juros exorbitantes e empregando métodos cruéis para receber o pagamento da dívida”.

Portanto, fica bastante evidente que a pobreza não era um sinal de maldição ou pecado pessoal, assim como a riqueza não o era de bênção. No A.T. ninguém era amaldiçoado por ser pobre ou estar em pecado, nem tampouco abençoado por ser rico.

Por exemplo: I Sm 25.1-6, 25-26 – Nabal era um “homem muito poderoso”, possuidor de muitos bens e foi reconhecido por Davi como um próspero. Porém, era um “homem duro e maligno”, um filho de Belial. Possuía muitos bens materiais, mas nenhum valor moral ou espiritual. Isso nos faz constatar que há outros valores que o A.T. revela que, embora não sendo materiais, são tidos como grandes riquezas, verdadeiros tesouros. Dentre elas, destacamos:

(1) – O conhecimento – Pv 3.13; 20.15

(2) – A integridade – Sl 7.8; 78.72

(3) – A justiça – Sl 15.2; Pv 8.18; 14.34

(4) – O entendimento – Pv 15.32; 19.8

(5) – A humildade e a paz – Pv 12.20; 15.33; 18.12

Por isso, Salomão sabia que “a bênção do Senhor é que enriquece” – Pv 10.22
Logo, o que fica claro nas Escrituras da Antiga Aliança é que, tanto o pobre como o rico dependem do favor do Senhor.

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